Esculpindo
Argila amorosa
dengosa sestrosa
morena pequena
que escorre
em meus dedos...
Contar-te vou
pelas minhas mãos
todos os segredos
do toque
desse meu coração...
Amasso sem medo
sentindo a textura,
se deixe levar
sem rebelião...
Entrega-te ao fogo
que arde e marca
esse contorno
que a todos fascina.
Esmalto tua tez
colorindo de vez,
Torna-te linda pura
e domina
O espaço que é teu presente
após
A metamorfose!
Direitos Autorais
Ângela Garcia Sant'Anna
Homenagem aos Mestres Escultores
que inspiram a todos com sua Arte.
Antônio Francisco Lisboa,O Aleijadinho
e Pablo Picasso em especial.
Argila
Palavra é barro
E barro é a palavra
Na mão o estilete
Que corta a agrava...
Contunde e confunde
As mentes vazias,
Que na imensa agonia
Esquecem a arte.
A arte faz parte
Do cotidiano.
Cada vez que modela
E corta o barro,
Transforma sua alma
Em algo novo.
Algo que o povo
Tenta imaginar
O que seja, pelo que vê!
E lá no fundo...
Você sabe que
Ninguém pode
Entender-te.
Sabe apenas que
Se não cortar,
O próprio barro
Demonstrará
Tua fragilidade
Diante dele.
E assim tu também
Agonizará...
Momento mágico,
Momento arte
No qual você se parte,
Se doando por inteiro.
Controvertido esse barro
Que apenas na arte
Se mostra maneiro.
Só sei que sem ele
Não vivo
Porque por ele escorre
A veia da vida...
A vida por inteiro!
Estilizada. Amada. Cortada.
Acariciada, queimada.
Mal amada! Suada.
Severina. Uterina.
Sofrida, mas sempre
Vida...
Por inteiro.
Direitos Autorais
Ângela Garcia Sant'Anna
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