segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Desejo


Desejo

Hoje repensei a vida...
Refiz a trajetória
Onde aclamamos Barrabás 
Símbolo de todas as 
Injustiças vinganças e vaidades...
Representava ele o nosso papel
No mundo das iniquidades!
Do alto da Torre de Babel 
Éramos os donos do mundo.
Ah mundo que ainda hoje 
Geme de aflição 
Diante de tanto orgulho 
Egoísmo e perdição
Eu andava cego em meu desejo 
De posse, poder e louros
Tal qual César em dias de Glória
Esquecia-me que a cada vitória
E desejo de dominação
Um irmão chorando me odiava 
E eu... Precisaria seu perdão! 
Voltei
Sobre meu caminho de espinhos, 
Ferindo os próprios pés a cada reflexão
Supus-me forte um dia esquecendo 
Um manto de estranha agonia, 
Que silenciosamente me cobria...
A cada espinho que pisava 
Sentia a dor que causava em cada irmão
Sentei solitário ao longo do caminho 
Perdido, sem noção... 
Sabia eu apenas 
Que cada espinho cravado 
Doí-a-me o coração
O orgulhoso de outro dia 
Enlouquecia quem diria
Em plena reflexão...
Desejei gritar não pude
Por demais atordoados 
Meus olhos cansados, 
Perdidos na escuridão...
Mas uma luz suave, 
Balsamizando-me as feridas
Veio fazer guarida 
Dentro da alma sofrida
Deu- me pétalas de rosas 
Para cobrir os espinhos
E assim bem de mansinho iluminou
A escuridão
Desejei ardentemente
Ver quem era, mas não pude
Precisava ainda andar 
Amar a cada irmão
Incondicionalmente 
Em cada direção!

Direitos Autorais

Ângela Garcia Sant'Anna

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