Desejo
Hoje repensei a vida...
Refiz a trajetória
Onde aclamamos Barrabás
Símbolo de todas as
Injustiças vinganças e vaidades...
Representava ele o nosso papel
No mundo das iniquidades!
Do alto da Torre de Babel
Éramos os donos do mundo.
Ah mundo que ainda hoje
Geme de aflição
Diante de tanto orgulho
Egoísmo e perdição
Eu andava cego em meu desejo
De posse, poder e louros
Tal qual César em dias de Glória
Esquecia-me que a cada vitória
E desejo de dominação
Um irmão chorando me odiava
E eu... Precisaria seu perdão!
Voltei
Sobre meu caminho de espinhos,
Ferindo os próprios pés a cada reflexão
Supus-me forte um dia esquecendo
Um manto de estranha agonia,
Que silenciosamente me cobria...
A cada espinho que pisava
Sentia a dor que causava em cada irmão
Sentei solitário ao longo do caminho
Perdido, sem noção...
Sabia eu apenas
Que cada espinho cravado
Doí-a-me o coração
O orgulhoso de outro dia
Enlouquecia quem diria
Em plena reflexão...
Desejei gritar não pude
Por demais atordoados
Meus olhos cansados,
Perdidos na escuridão...
Mas uma luz suave,
Balsamizando-me as feridas
Veio fazer guarida
Dentro da alma sofrida
Deu- me pétalas de rosas
Para cobrir os espinhos
E assim bem de mansinho iluminou
A escuridão
Desejei ardentemente
Ver quem era, mas não pude
Precisava ainda andar
Amar a cada irmão
Incondicionalmente
Em cada direção!
Direitos Autorais
Ângela Garcia Sant'Anna
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