terça-feira, 18 de março de 2014

Vazio


Teu lugar ficou vazio
Na mesa, na cadeira da varanda,
Ao meu lado,
Nosso diálogo virou monólogo
O grito morre na garganta
A dor dilacera no peito...
A conversa até altas horas
Se torna mental, 
Diluída na pausa(ou seria um hiato?)
Um tempo que se foi
Mas que permanece
Registrado no não tempo
As lágrimas teimam, ardem
Juntamente com as lembranças...
O café esfria, se torna símbolo 
Do até breve
Do daqui á pouco, do tudo passa...
O perfume do Eterno!
Seu aroma me persegue
Como quem diz
Aqui estou!
Sinto o cheiro , mas não vejo
Minha face arrepia...talvez um beijo?
Estendo os braços, não entendo
Parecia pressentimento
Passo a passo me envolvia
Naquela estranha agonia
Fiz-me forte, noite e dia
Sustentei-te em meu regaço
Tentando arrebatar-te...
Mas o tempo, ah o tempo
O tempo galopando o vento
Bem mais rápido que eu
Aturdida em meu lamento,
Foi aquele que venceu!
Invadindo a intimidade, sorrateiro e veloz
Rosa virou violeta 
E eu perdi a voz!
Volta o vento agora
Enxuga as lágrimas, sente...
E eu Confiante no Maior
Entrego meu abraço ao vento...
O vazio é a minha voz
Tornei-me Imortal sou Eterna
Divina compreensão
Os tubos de tintas abertos
A luva vazia participam da minha dor
Mas o vento que sopra pra eles
Traz uma estranha alegria 
De rever o meu amor!
Ângela G. Sant'Anna


Médium : Ângela
Artista: Monet
Óleo sob tela(60x90)

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