Teu lugar ficou vazio
Na mesa, na cadeira da varanda,
Ao meu lado,
Nosso diálogo virou monólogo
O grito morre na garganta
A dor dilacera no peito...
A conversa até altas horas
Se torna mental,
Um tempo que se foi
Mas que permanece
Registrado no não tempo
As lágrimas teimam, ardem
Juntamente com as lembranças...
O café esfria, se torna símbolo
Do até breve
Do daqui á pouco, do tudo passa...
O perfume do Eterno!
Seu aroma me persegue
Como quem diz
Aqui estou!
Sinto o cheiro , mas não vejo
Minha face arrepia...talvez um beijo?
Estendo os braços, não entendo
Parecia pressentimento
Passo a passo me envolvia
Naquela estranha agonia
Fiz-me forte, noite e dia
Sustentei-te em meu regaço
Tentando arrebatar-te...
Mas o tempo, ah o tempo
O tempo galopando o vento
Bem mais rápido que eu
Aturdida em meu lamento,
Foi aquele que venceu!
Invadindo a intimidade, sorrateiro e veloz
Rosa virou violeta
E eu perdi a voz!
Volta o vento agora
Enxuga as lágrimas, sente...
E eu Confiante no Maior
Entrego meu abraço ao vento...
O vazio é a minha voz
Tornei-me Imortal sou Eterna
Divina compreensão
Os tubos de tintas abertos
A luva vazia participam da minha dor
Mas o vento que sopra pra eles
Traz uma estranha alegria
De rever o meu amor!
Ângela G. Sant'Anna
Médium : Ângela
Artista: Monet
Óleo sob tela(60x90)
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