quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Era uma vez, no Natal

Era uma vez um velho,que muito pobre estava. Em sua choupana percebia que o Natal se aproximava e não tinha o que fazer; seus amigos estavam longe, seus familiares morreram num acidente na estrada, e ele sobrevivera a muito custo e se abrigara numa choupana que encontrara numa estrada distante. 

Após muito caminhar, já sem forças, foi que  encontrou esse singelo local, que lhe serviu de abrigo.

Depois uma vasculhada geral, resolveu limpar e ficar ali mesmo ao constatar que não havia ninguém e estava abandonada. 

A muito custo conseguiu num vilarejo próximo, algumas coisas para sua sobrevivência. 

O frio chegara de mansinho, mas se firmara naquela noite, em que a saudade lhe esbatia o coração, atordoando -lhe os sentimentos. 

A lembrança dos mais queridos lhe doía, a solidão lhe castigava a alma. 

O Vento cada vez mais forte e gelado, lhe oprimia ainda mais... 

Como chegara nessa condição ele não entendia... 

Uma reviravolta grande em sua vida lhe fazia meditar nos últimos anos, sem que pudesse perceber, quanto tempo havia passado e ali sem ter noção dos dias ele seguia vivendo triste e só... 

Seus cabelos encanecidos pelo tempo cresceram, suas esperanças de voltar haviam ficado num passado distante... 

Não mais o calor dos amados, não mais o aconchego da família, não mais o trabalho que lhe rendera tanto esforço e sucesso. 

Todos devem ter me esquecido, já que não consegui encontrar com mais ninguém, pensava tristonho. 

A noite chegou e com ela o frio mais ainda. 

Embrulhado num velho e puído cobertor que ali mesmo encontrara, ele sentou á mesa e num pedaço de pão dormido colocou uma vela ao centro,para que pudesse iluminar a choupana. 

Partia o pedaço de pão restante para se alimentar, quando alguém bate á porta. Assustado pois não havia mais ninguém naquelas paragens, abre-a então uma lufada de vento gelado lhe penetra os ossos e apaga a vela. 

Era um mendigo que lhe pedia um pedaço de pão. 

"Socorre-me por favor amigo! Estou aqui congelando nessa noite fria,e a fome me corrói as entranhas...por favor!"

O velho então deixa-o entrar,um tanto desconfiado, mas como estava só, lhe estende a mão, percebe que o outro está mesmo com muito frio e tirando o cobertor de si mesmo, lhe envolve os ombros, volta-se para pegar um pedaço do pão e dar ao visitante, mas cai, num ataque fulminante, nos braços daquele desconhecido que instantaneamente se transforma  em luz e olha-o com ternura e compaixão imensas. 

O velho ainda entre a dor e surpresa ouve:

"Meu filho, nunca estiveste só, estive aqui contigo todo esse tempo esperando por esse momento ! Quando pudeste esquecer as futilidades da vida e entender o seu divino significado, quando pudeste entender que  o amor é maior que tudo,e valorizar os que te amam, quando pudeste abrigar-me e me oferecer um pedaço de teu pão, em meu coração e no teu fez o Natal ! 

Vem comigo e descansa em meus braços... "

Ângela Sant'Anna



Que a esperança o amor e a fé se fortaleçam no coração de todos, em cada lar, nesse Natal! 


Boas Festas!

 















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